Folha S. Paulo – Mercado –
São Paulo/SP – 18.07.2014
Caixas eletrônicos localizados em shoppings, aeroportos,
rodoviárias, estabelecimentos públicos e comerciais passarão a aceitar os
cartões de diferentes bancos.
Isso porque, nesses locais, equipamentos exclusivos de cada
instituição serão trocados por unidades do Banco24Horas, que já atendem aos
clientes de todos os bancos.
O acordo engloba 11.325 caixas –6% dos 196 mil terminais
eletrônicos no país em nome de um banco em particular– que serão convertidos
até 2020 em unidades do Banco24Horas, pertencentes à empresa TecBan, que é de
propriedade dos bancos.
Hoje, o Banco24Horas tem 15.300 terminais próprios. Com a
conversão dos equipamentos das instituições, a previsão é que cheguem a 30 mil
terminais até 2020.
A novidade, porém, não valerá para os terminais localizados
dentro das agências.
A tarifa sobre os serviços realizados nesses equipamentos
deve variar de acordo com o pacote contratado de cada cliente. Desde 2008, os
bancos são obrigados pelo Banco Central a oferecer um pacote de serviços
essenciais sem taxa de manutenção, que prevê pelo menos quatro saques
gratuitos.
Esses saques podem ser tanto na rede do banco quanto no
24Horas. Após essas quatro operações, os bancos cobram por saque -R$ 1,15 na
Caixa, R$ 1,90 no Bradesco e R$ 2,10 no Santander, por exemplo.
Nem todos os serviços oferecidos pelos bancos em seus
terminais próprios ficarão disponíveis nos terminais do Banco24Horas.
É o caso de empréstimos, depósitos e da emissão de folhas de
cheques. Mas, segundo a Tecban, 90% dos serviços utilizados pelos clientes
podem ser feitos em um terminal do Banco24Horas.
REDUÇÃO DE CUSTOS
O acordo encerra mais de dez anos de negociações e de
rivalidades entre as instituições financeiras, especialmente Itaú e Bradesco,
os bancos privados que mais investiram na ampliação da rede própria de
atendimento.
No passado, ter um caixa eletrônico próximo da casa ou do
trabalho do cliente era um diferencial. Itaú e Bradesco temiam "dar de graça"
esse investimento aos bancos que não tinham aplicado tantos recursos nessa
expansão.
Com a redução na margem de lucro nos últimos anos, os bancos
passaram a ver o compartilhamento da rede como forma de reduzir custos.
O acordo não saiu antes porque a Caixa insistia em ter 10%
da TecBan para ter força em disputas. Bradesco, Santander, Itaú e BB, então,
aceitaram e deverão vender a ela cada um ao redor de 1% de participação na
TecBan.
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