Introdução
A evolução tecnológica, o aquecimento - e até mesmo o desaquecimento - da economia, o aumento da oferta de crédito e o alcance de novos mercados estão entre os fatores que elevam significantemente a competitividade das empresas. Para se manter nesse patamar ou para continuar crescendo, as companhias precisam contar com gerenciamento adequado de seus recursos, dados e procedimentos.
Um dos caminhos mais utilizados para isso é a adoção de soluções de ERP (Enterprise Resource Planning), isto é, de sistemas de gestão empresarial. Neste texto, o InfoWester esclarece o que este tipo de software significa para uma empresa, quais as suas vantagens e desvantagens, e fornece outros detalhes explicativos sobre o conceito. Vamos lá?
O que é ERP e qual a sua utilidade?
Em
sua essência, ERP é um sistema de gestão empresarial. Imagine que você tenha uma
empresa que conta com vários sistemas, um para lidar com as contas a pagar, um
para gerar folhas de pagamento, um para
controlar vendas, um para gerenciar impostos, um para analisar metas e
desempenho, entre outros. Em vez de existir um ou mais softwares isolados para
cada departamento da companhia, não seria melhor contar com uma integração entre
eles, de forma que todos fizessem parte de um sistema unificado? É justamente
isso que uma solução de ERP oferece.
Com
um único sistema integrando todos os departamentos - ou pelo menos os setores
mais importantes -, a comunicação interna se torna mais fácil e menos custosa. O
departamento financeiro, por exemplo, pode saber rapidamente quanto dinheiro
destinar à quitação de impostos e quanto direcionar ao pagamento de
funcionários, de acordo com as informações que o setor de gestão de recursos
humanos disponibilizar no sistema. O chefe de um determinado departamento pode
avaliar o desempenho de um
funcionário e discutir junto ao gerente de RH quanto a empresa pode lhe oferecer
de aumento. O departamento de marketing pode consultar o controle de vendas,
perceber que um determinado produto não está tendo a saída desejada e
desenvolver uma nova estratégia para reverter este quadro, ao mesmo tempo em que
verifica se a verba disponibilizada é suficiente para este trabalho ou se é
necessário marcar uma reunião para solicitar mais recursos.
Perceba,
com estes exemplos, que há várias situações onde a integração de sistemas se
mostra vantajosa. Note que, com sistemas distintos, cada setor teria mais
dificuldade para se comunicar com o outro, resultando em maior consumo de tempo,
mais gastos e até em excessivos procedimentos burocráticos. Além disso, com um
sistema de ERP, a empresa passa a ter menos fornecedores de software, o que
diminui custos com licenças, suporte técnico, servidores, treinamento, entre
outros
Neste
ponto, você já deve ter percebido o quão importantes sistemas de gestão podem
ser para as empresas: diminuem custos, tornam a comunicação mais eficiente,
ajudam na tomada de decisões, permitem uma apuração mais precisa do que está
acontecendo na companhia, enfim. Não é por menos que muitas empresas consideram
este tipo de software imprescindível às suas atividades.
Implementação
de sistemas de ERP
ERP
não é o tipo de software que é comprado na prateleira de uma loja para depois
ser instalado em um computador e, em seguida,
estar pronto para o uso. Acontece que cada empresa, em face de suas atividades e
de suas estratégias operacionais, possui necessidades distintas das outras,
portanto, sistemas de ERP só serão funcionais se ao menos as características
mais importantes da companhia forem levadas em conta.
Basta
compreender que uma empresa que fabrica medicamentos, por exemplo, tem
necessidades bem diferentes de outra que trabalha no ramo de transportes. A
primeira precisa se preocupar com obtenção de matéria-prima, pagamento de
licenças de patentes, pesquisas em laboratórios, entre outros. A segunda, por
sua vez, precisa se preocupar com a idade da frota, com gastos de combustível,
com pedágios e assim por diante. Uma empresa também pode atuar em mais de um
ramo de atividade ou exercer suas operações em vários estados do país, de forma
a ser obrigada a pagar impostos diferentes em cada local, por exemplo. Enfim,
como é possível perceber, cada companhia precisa contar um sistema de gestão que
se adapte a ela.
No
intuito de controlar gastos, a empresa também precisa definir qual tipo de
licenciamento é mais adequado às suas operações: instalação do sistema em
servidores próprios ou virtualizados, utilização do sistema em
servidores terceirizados (geralmente, oferecidos pelo provedor da solução),
solução baseada em computação nas nuvens (cloud computing),
pagamento por usuário (ou por computador de acesso), uma mistura de uma ou mais
dessas modalidades, enfim.
As
soluções baseadas em cloud computing costumam ter custo menor, pois a empresa
não precisa se preocupar com servidores, manutenção, atualização, entre outros.
Além disso, oferece acesso mais fácil para usuários que estão fora das
dependências da empresa - um vendedor que está em outra cidade visitando um
cliente, por exemplo. Por outro lado, podem gerar gastos maiores a longo prazo
pois, em geral, seu tipo de licenciamento exige pagamento periódico, como ocorre
em uma assinatura de jornal, comparando grossamente.
Repare
que é importante à empresa analisar as soluções de ERP existentes no mercado e
as modalidades de licenciamento oferecidas para saber qual lhe atende melhor. Se
a empresa não tiver uma equipe de Tecnologia da Informação capaz de fazer esta
análise, pode valer a pena procurar um serviço de consultoria.
O
tempo de implementação também é um parâmetro importante. Sistemas de ERP não
começam a funcionar da noite para o dia. Os provedores das soluções precisam de
tempo para adaptar o software às atividades da empresa, sem contar que
necessitam considerar a infraestrutura, os recursos de segurança, testes,
treinamento de pessoal, integração entre departamentos, migração a partir de
sistemas legados, entre outros. Além disso, a implementação geralmente ocorre
por etapas, de forma que determinados módulos do sistema sejam instalados
somente depois de este processo já ter ocorrido com outros. Portanto, a
implementação de um ERP pode consumir vários meses.
Módulos
de um sistema de ERP
Conforme
informado no início do texto, sistemas de ERP lidam com os vários departamentos
de uma empresa. No entanto, não precisam, necessariamente, cobrir cada uma
delas, pelo menos não ao mesmo tempo. Dependendo das expectativas da companhia
em relação ao ERP, é possível atender determinadas áreas em um primeiro momento
e as demais de maneira progressiva. Para isso, os provedores fazem o
fornecimento do sistema em módulos, que são divididos de acordo com suas
funcionalidades.
Como
você já sabe, não há um sistema de ERP que, por si só, possa atender tudo o que
é empresa. É necessário customizar a solução de acordo com as atividades da
companhia. Por outro lado, há determinados processos que são bastantes comuns em
todas ou na maior partes das empresas, até mesmo por uma questão de legislação.
Eis algumas categorias de módulos que se encaixam nesse contexto:
§ Financeiro;
§ Contabilidade;
§ Recursos
humanos;
§ Ativo
fixo;
§ Processos;
§ Projetos;
§ Jurídico.
A
partir daí, pode-se encontrar módulos mais específicos, adotados em menor escala
e apenas se estiverem em conformidade com as atividades da empresa, por
exemplo:
§ Estoque;
§ Distribuição
de produtos;
§ Frota;
§ Comércio
exterior;
§ Gestão
de conhecimento;
§ Controle
de materiais;
§ Automação
comercial;
§ Análise
de riscos.
Perceba
que nem toda empresa precisa gerenciar frota ou lidar com automação comercial,
por exemplo. A vantagem do esquema de módulos está justamente aí. A companhia
implementa somente aqueles que lhe são úteis e pode adicionar mais com o tempo,
motivada pela expansão dos negócios, pela atuação em um novo segmento do
mercado, entre outros.
Escolhendo
uma solução de ERP
Você
já deve ter percebido que um sistema de ERP é um investimento sério e que
precisa ser feito com cuidado. Mas, como escolher uma solução com tantas opções
no mercado? Só no Brasil, há várias empresas especializadas em ERP com grande
aceitação, como SAP, TOTVS, Microsoft Dynamics e Oracle. Como saber qual é a melhor escolha? Será
que considerar somente preço é suficiente? Não há fórmula certa que sirva para
todas as empresas, mas há várias dicas que podem ajudar na escolha mais
adequada.
A
primeira é entender exatamente quais as necessidades da companhia em relação ao
ERP para então definir o que é prioridade. Tal análise indica um caminho a
seguir. Para isso, pode ser necessário realizar reuniões com gerentes dos
setores, com funcionários que exercem funções mais críticas, enfim.
Depois
disso, fica mais fácil analisar as soluções oferecidas por fornecedores de ERP.
Neste ponto, é necessário avaliar as propostas feitas por cada empresa para, em
primeiro lugar, identificar aquelas que melhor podem atender às necessidades
identificadas. Neste ponto, também é importante verificar quais desses
provedores têm experiência no fornecimento de software para o ramo de atuação da
companhia.
Uma
vez que o sistema de ERP precisa ser customizado para cada empresa, é importante
saber também quais as tecnologias que o fornecedor disponibiliza para suas
soluções. Com isso, é possível ter uma noção melhor dos custos com servidores,
atualização, treinamento, entre outros. Neste aspecto, também é possível
analisar a capacidade de integração e comunicação do sistema, a possibilidade de
implementação de módulos no futuro, os recursos de segurança, compatibilidade
com plataformas distintas (dispositivos móveis, por exemplo) e assim por
diante.
Também
é muito importante verificar quais as condições do suporte e manutenção
oferecidas pelos provedores. O software certamente vai precisar de atualizações
ao longo do tempo para correção de erros, melhorias em determinados
procedimentos, adaptação para novas necessidades (implementação de uma nova
regra tributária, por exemplo), ajustes de segurança, enfim. Sem contar que
certas situações podem necessitar de auxílio do fornecedor, por exemplo: um
determinado usuário pode precisar de suporte para ter acesso a uma relação de
dados a ser submetida para uma auditoria externa.
Preço,
é claro, também é um aspecto importante a ser considerado, mas é um erro aceitar
apenas a solução mais barata ou acreditar que a opção mais cara, justamente por
estar nesta condição, irá suprir todas as necessidades da empresa. Como
informado anteriormente, há várias formas de licenciamento, sendo imprescindível
analisar com rigor qual é mais adequada à empresa. Deve-se considerar também que
há outros custos atrelados, como um plano de suporte e manutenção (que pode ter
renovação atual, por exemplo), implementação, infraestrutura, enfim.
Há
de se considerar também que muitas companhias que desenvolvem softwares de ERP
trabalham com empresas que atuam como intermediárias com os clientes, como se
fossem revendas. Entretanto, esses parceiros podem lidar não só com as vendas,
mas também com outros processos, como suporte e implementação, por exemplo. A
divisão Dynamics, da Microsoft, é uma das fornecedoras que exploram com sucesso
esse modelo.
Como
dica final, pode ser uma boa ideia iniciar contato com companhias que já
utilizam soluções de fornecedores que apresentaram propostas à sua empresa. Esta
iniciativa pode ajudar a avaliar os aspectos de desempenho, suporte, manutenção,
treinamento e assim por diante. Mas é importante frisar que se um sistema de ERP
deu certo em uma determinada companhia, não significa que terá o mesmo êxito na
empresa que você representa, mesmo quando ambas atuam no mesmo ramo de
atividade. Lembre-se de que cada negócio é único e requer soluções
customizadas.
Principais
vantagens e desvantagens de sistemas de ERP
Você
já sabe que sistemas de ERP podem representar uma diferencial significativo no
cotidiano das empresas. No entanto, é importante ter em mente que esse tipo de
software não resolverá todos os problemas da companhia e, muitas vezes, pode não
oferecer os resultados esperados para determinadas atividades. Além disso, podem
trazer benefícios por um lado, mas situações indesejáveis por outro. Por isso, é
importante conhecer as vantagens e desvantagens dos sistemas de ERP, não só para
escolher a solução mais adequada, mas também para conhecer os riscos atrelados à
sua implementação.
Note
que essa é uma análise que depende dos objetivos da companhia, portanto, muda de
empresa para empresa, mas via de regra podemos apontar como vantagens que os
sistemas de ERP podem:
§ Ajudar
na comunicação interna;
§ Agilizar
a execução de processos internos;
§ Diminuir
a quantidade de processos internos;
§ Evitar
erros humanos - em cálculos de tributos e pagamentos, por exemplo;
§ Ajudar
na tomada de decisões;
§ Auxiliar
na elaboração de estratégias operacionais;
§ Agilizar
a obtenção de dados referentes a determinados cenários;
§ Diminuir
o tempo de entrega do produto ou serviço ao cliente;
§ Ajudar
a lidar com grandes volumes de informação;
§ Evitar
trabalho duplicado;
§ Fazer
com que a empresa se adapte melhor a mudanças no mercado e na
legislação.
Como
possíveis desvantagens, podemos citar:
§ Alto
custo com customização e implementação;
§ mplementação
demorada - uma solução de ERP não fica pronta da noite para o dia, como você já
sabe;
§ Risco
de prejuízo financeiro ou de desempenho com erros inesperados do
sistema;
§ Possíveis
problemas com suporte e manutenção caso o fornecedor do software seja vendido ou
encerre suas atividades;
§ Dependência,
que pode dificultar as atividades da empresa quando o sistema fica, por algum
motivo, indisponível;
§ Adaptação
e treinamento por parte de funcionários podem demorar mais tempo que o
esperado;
§ Resistência
ao novo, em caso de implementações ou atualizações;
§ O
sistema pode exigir mudanças em determinados aspectos da cultura interna da
empresa;
§ Pode-se
perceber tardiamente que aquela solução não oferece a relação custo-benefício
esperada;
§ Ao
longo do tempo, atualizações e acréscimos de módulos podem tornar o sistema
excessivamente complexo.
É
claro que é possível aplicar esforços para garantir que as vantagens tomem forma
e que as desvantagens sejam amenizadas. Para isso, é necessário dedicação da
equipe de TI, comprometimento por parte de toda a estrutura gerencial,
acompanhamento constante das etapas de desenvolvimento e implementação, as já
citadas escolhas de uma solução e de um fornecedor adequados às necessidades da
companhia, análise de possíveis fatores internos e externos que podem
influenciar no projeto, elaboração de uma boa política de segurança e assim se
segue. Em relação à análise para identificar possíveis problemas, podemos tomar
como exemplo o aspecto do treinamento: muitas vezes, é necessário treinar
funcionários não apenas para que eles saibam manusear o programa, mas também
para que consigam identificar o propósito daquilo, procedimento que ajuda a
evitar erros e omissões.
ROI - (Return on Investment - Retorno do investimento)
O
ROI (Return on
Investment) é uma maneira de a empresa determinar a relação entre o
valor aplicado em um investimento - em nosso caso, uma solução de ERP - e os
ganhos financeiros obtidos com este. Em outras palavras, é um meio de saber se a
implementação do sistema deu o resultado esperado. No entanto, essa é uma
medição subjetiva, uma vez que está baseada em estimativas. A empresa deve
considerar uma série de fatores para fazer a avaliação mais adequada. Uma delas
é o tempo.
Como
você já sabe, soluções de ERP levam meses para serem implementadas e,
acompanhados dos custos dessa fase, estão também as despesas inerentes à
manutenção, suporte, treinamento, entre outros. Portanto, esperar que o ROI
aconteça dentro de um intervalo de tempo curto muitas vezes é um equívoco, pois
em muitos casos os benefícios da utilização do sistema só aparecerão depois de
um período considerável de uso.
Para
avaliar o ROI, a empresa precisa determinar todas as estimativas de custos do
sistema e, essencialmente, comparar essas informações com as economias que este
já proporciona. Por exemplo, o ERP fez com que o atendimento da empresa ficasse
mais ágil, atraindo mais clientes? A comunicação interna melhorou, tornando os
processos mais rápidos? O gerenciamento do estoque está mais preciso, evitando
desperdícios ou atrasos na produção por falta de itens? Os funcionários estão
gastando menos tempo para realizar determinadas tarefas, melhorando sua
produtividade? E assim por diante.
Há
vários meios para se calcular o ROI de um sistema de ERP. Se a empresa não tiver
uma equipe capacitada para fazer essa avaliação, pode contratar consultorias
especializadas para obter auxílio nesta tarefa.
Finalizando
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Quando
o assunto é ERP, não raramente há a associação deste tema com outros tipos de
software para o segmento corporativo, entre eles, CRM (Customer Relationship
Management), BI (Business Intelligence) e
SCM (Supply Chain
Management). Todos podem atuar em conjunto com o ERP, inclusive como
módulos.
Tal
como o ERP, estes sistemas existem porque podem ajudar a empresa a ser mais
competitiva: sistemas de CRM atuam nos processos de relacionamento com o
cliente; softwares de BI podem auxiliar na análise de dados e nas tomadas de
decisões; soluções de SCM ajudam no gerenciamento eficiente da cadeia de
suprimentos.
Isso
mostra o quanto este mercado é grande e promissor, principalmente se levarmos em
conta que o número de conexões banda larga à internet está aumentando e que há
uma oferta cada vez maior de serviços baseados em cloud computing, permitindo
que softwares de ERP cheguem a uma quantidade cada vez maior de empresas.
Trata-se de um cenário bom para todo mundo: para as companhias desenvolvedoras,
pois gera perspectivas de oportunidades de negócios; para os profissionais de
TI, pois aumenta o número de vagas no segmento; e para os clientes, pois um
mercado concorrido resulta em melhores produtos, aumentando as chances de a
empresa encontrar uma solução realmente adequada aos seus negócios.
Escrito
por Emerson Alecrim - Publicado em 09_06_2010 - Atualizado em
09_01_2013
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